Entrevista ao forcado Fábio Carvalho Costa: G.F.A. da Azambuja:




O entrevistado desta semana é o forcado Fábio Carvalho.

GA- Nome:
FC- Fábio Carvalho Costa.
 
GA- Idade:
FC
- 23 anos.

GA- Onde nasceu?
FC- Vila da Marmeleira (entre Cartaxo e Rio Maior).

GA-
Grupo:
FC- Grupo de Forcados Amadores da Azambuja.

GA- Data e local da 1ª fardação:
FC- Azambuja, 11 de Maio de 2008.


GA- Qual o seu cargo?
FC
- 1º/2º ajuda.

GA- Desde já é um grande prazer poder-lhe fazer esta entrevista. Desde quando o gosto pela festa brava?
FC- Desde que me conheço. Venho de uma família aficionada e sempre tive uma admiração especial pelos forcados, como tal, assim que tive oportunidade fui experimentar.

GA- O que pensa quando salta à arena?
FC- Três coisas: determinação, medo e muita fé.

GA-
Como é estar frente a frente com um toiro bravo?
FC
- É um misto de emoções, cada pega pode levar-nos ao triunfo ou acabar connosco. Há sempre o medo do toiro, do público, de defraudar quem acredita em nós, mas ao mesmo tempo há a determinação para fazer o nosso melhor e superarmos todos juntos o que possa estar pela nossa frente. Depois sente-se ainda a confiança de que estamos oito irmãos lá dentro e que nunca estamos sozinhos, que não é uma batalha minha mas sim de todos nós, porque estamos todos para o mesmo e prontos para dar tudo pelo outro. Depois é acreditar que Deus nunca nos abandona, e por fim tudo se cala, só se ouve a respiração do toiro, os passos dele e tudo pode acontecer…

GA- Tem familiares no grupo? Ou tem familiares forcados? Se sim, como reage/sente quando vê essa pessoa perante um toiro?
FC- Atualmente não. Os familiares que tenho no grupo são todos os elementos, que tenho como meus irmãos.

GA-
Quem é, para si, a maior figura da nossa festa? (como forcado)
FC- Não gosto muito deste tipo de referências, e para “não puxar a brasa à minha sardinha”, atualmente temos um grande exemplo de forcado completo e com qualidades técnicas e psicológicas extraordinárias, que é o Vasco Pinto, cabo do grupo dos Amadores de Alcochete.

GA-
Um dia que recorde? Porquê?
FC- Nazaré, 14 de Agosto de 2010. Apanhámos um toiro complicadíssimo, que só com uma união extraordinária do grupo conseguimos resolver. Foi uma pega que, apesar de à 6ª tentativa, pôs a praça da Nazaré de pé.

GA- Uma praça onde sente mais responsabilidade? Porquê?
FC- Na praça da Azambuja todo o grupo sente um acréscimo de responsabilidade, pois é a praça da terra, onde temos toda a gente que nos conhece a olhar para nós. Eu, pessoalmente, sinto um carinho e responsabilidade maior na praça do Cartaxo, que é a terra da minha família paterna, onde cresci.

GA-
Que ganadaria apresentou melhores toiros na temporada de 2012?
FC
- Das corridas que vi e que li, destaco o curro de António Silva no Campo Pequeno.

GA- Quais são os toiros mais fáceis de ser pegados? E os mais complicados?
FC- Os mais fáceis não existem, pois todos os ferros têm toiros mais fáceis (mais colaboradores), que outros, não consigo responder-lhe. Os mais difíceis também é muito relativo, mas do que tenho visto (e mesmo sem nunca ter apanhado uma corrida desta ganadaria), posso considerar que uma das ganadarias mais duras que tenho visto é a de Canas Vigouroux.

GA- Por fim, deixe uma mensagem aos aficionados:
FC- Mesmo com a atual conjuntura, façam um esforço para encher as nossas praças, para mostrarmos que a festa está de boa saúde. E por fim, que façam dos intervenientes da festa (quer sejam cavaleiros, forcados, peões, ou matadores) os vossos ídolos, da mesma maneira que qualquer outra figura pública (como futebolistas, atores ou cantores). Num país com a nossa cultura, faz todo o sentido que estes sejam os vossos ídolos dentro ou fora da praça, pois são as gentes da festa as grandes detentoras do maior exemplo dos valores e virtudes do povo português.

GA – Muito obrigado pelo tempo disponibilizado e que a temporada lhe corra pelo melhor. 


FC- Muito obrigado eu, parabéns pelo vosso blog e desejo o maior sucesso para o futuro.


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